28.8.09

A realidade é virtual...

O mundo nunca foi tão pequeno quanto é agora. As ferramentas de comunicação nunca foram tão instantâneas, tão eficientes e tão fáceis de usar quanto agora.
Ferramentas como o Twitter e o Meme fazem com o que acontece em qualquer lugar do mundo esteja, no minuto seguinte, à nossa disposição, a despeito de onde estejamos.
Estas ferramentas fazem a vida virtual ser cada vez mais real.

Com esta virtualização da vida, o próprio conceito de comunidade foi subvertido. O que antigamente se aplicava apenas a pessoas que viviam em determinada área passou a ter uma abrangência muito maior e hoje fazemos parte de comunidades que transcendem fronteiras físicas. Passou a ser normal você ver alguém reclamando do frio do inverno no sul do Brasil, enquanto outro fala feliz do sol de verão em um país qualquer do hemisfério norte, dentro de um mesmo espaço virtual.

Mas ao mesmo tempo que esta vida virtualizada nos permite interações fantásticas, muitos esquecem que ela ainda é vida, e que, salvo no caso de personagens assumidas, o que você faz nas comunidades de que participa é um reflexo de seu próprio caráter. Nada daquele papo furado de que a ‘persona’ que você é online não passa de uma criação que não reflete o que você é.

Na internet, os ratos rugem.

Estar protegido por um monitor e a uma conexão de distância da outra parte permite, como diria um ex-deputado, que os instintos mais primitivos aflorem, afinal, o monitor não vai gritar ‘péra lá’ e o teclado vai escutar calado toda verborragia que alguém queria jogar sobre ele. É como se, ao interagir com a vida virtual, a pessoa esteja constantemente a um passo de um momento de fúria incontrolável na vida real, a um passo do momento em que nada lhe refreará, e seus pensamentos reais, sem nenhum pudor e de forma exagerada, virão à tona.

Então meus caros, não se iludam. Esta vida virtual que levamos, e que cada dia mais se confunde com nossa vida real, não é uma proteção para o que somos, apenas desnudam nosso caráter.

Será que aqui realmente somos quem realmente somos. Será que por segurança atra´s de uma tela de computador colocamos pra fora todas as nossas angustias e medos despejando todas as nossas frustações em cima de quem vemos pela frente?

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