30.5.08

Jovem de 16 anos descobre e isola um micróbio que destrói o plástico

O ser humano é pernicioso ao meio ambiente em diferentes graus. Isso todos nós sabemos.
O problema é que nossa sociedade moderna é extremamente dependente do plástico e este tornou-se uma das maiores desgraças ambientais no nosso planeta.
No mundo dos dejetos plásticos um dos grandes problemas ainda sem solução são as sacolas plásticas.

Essas sacolas de mercado e usadas também como sacos de lixo. Fabricadas com uma fina (tão fina e vagabunda que quem faz compras precisa colocar duas ou mais se for levar um refrigerante de 2l, senão arrebenta) folha de filme plástico.

A desgraça é que as sacolas são cada vez mais usadas e assim sendo, elas vão parar em maior quantidade nos lixões, nos mares e rios.
Elas praticamente não se degradam e entopem, poluem, matam sufocados os pobres animais, como as tartarugas marinhas, que confundem sacos plásticos com águas vivas, seu alimento. Uma baleia foi encontrada morta com mais de 100Kg de sacolas plásticas no estômago.

As aparentemente inocentes sacolas de mercado podem levar entre 100 a 200 anos para se decompor nos aterros sanitários. E as moléculas podem demorar até 1000 anos para se degradarem completamente. Agora imagine isso multiplicado pelas cerca de 500 bilhões destas sacolas por ano.

Foi com isto em mente que um moleque chamado Daniel Burd, de apenas 16 anos, resolveu tomar uma atitude. A idéia de Burd era apenas fazer um belo projeto para a feira de ciências nacional, que seria apresentada em Ottawa, Canadá.
Com bastante sacos plásticos em casa, Burd começou moendo as sacolas até virarem um pó. Depois juntou água da torneira e fermento de pão.
Ele misturou tudo isso com a terra do quintal para formar um substrato rico em nutrientes para o crescimento de bactérias diversas.
Misturou bem e largou a gosma à própria sorte dentro de um recipiente a 30 graus. A cada 4 semanas o estudante removia uma amostra da mistura e colocava em uma nova mistura preparada da mesma forma, com isso aumentando a concentração de bactérias.

Passados cerca de 3 meses, Daniel Burd filtrou a cultura bacteriana e colocou em 3 frascos contendo tiras com as mesmas dimensões feitas de sacolas plásticas de mercado. Como controle ele fez um quarto frasco com a cultura fervida (bactérias mortas). Em 6 semanas, as amostras de plástico nos frascos de cultura tinham perdido 17% de sua massa enquanto a amostra de controle continuava igual.
Daniel refinou o processo com o uso de cultura em Placas de Petri<http://en.wikipedia.org/wiki/Petri_dish>.

Assim, ele acabou descobrindo 4 tipos diferentes de bactérias no solo e que duas delas funcionavam para degradar o plástico. Então ele juntou apenas as duas efetivas e a eficiência do processo subiu para 32% em 6 semanas.
Um aficcionado pela aula de ciências, o garoto resolveu adicionar um pouco de acetato de sódio para alimentar as bactérias. Como resultado, a 37 graus o consumo do plástico pelos micróbios subiu em eficiência para 43% em 6 semanas. Com esta taxa foi possível estimar que em pouco mais de três meses ele conseguiria que todo o plástico fosse degradado.

O objetivo de Daniel não era apenas que suas bactérias desmontassem a sacola em pequenos pedaços ou moléculas de plástico, mas sim que destruissem o plástico completamente, do mesmo jeito que aquele processo que podia até agora demoraria até 1000 anos.
Daniel encurtou para 3 meses.

Não satisfeito, Daniel ainda testou o método em uma escala maior, com um balde cheio de sacolas e o resultado prático foi o mesmo. Ele imagina que seguindo seu método deve ser simples reproduzir o sistema em escala industrial e com baixíssimo custo.

Foi assim que um guri de apenas 16 anos abocanhou os 30 mil dólares de prêmio mais um troféu, além do mais importante, bolsas e convites para estudos e o reconhecimento mundial por seu trabalho. Pessoalmente eu acho que 30 mil dólares para um garoto que faz isso é pouco. Acho que os milionários do mundo deviam se unir e doar dez milhões de dólares para o garoto por sua contribuição para o planeta.

A deprê é imaginar que enquanto no Canadá um moleque de escola faz isso para o projeto de ciências, no Brasil um garoto da mesma idade tem só três pensamentos: Sexo, carros e futebol - não necessáriamente nesta mesma ordem.
Fonte <http://news.therecord.com/article/354044>

Um comentário:

Samuel Vidinha disse...

Grande descoberta...

Gostei especialmente da comparação entre a miudagem canadiana e a miudagem brasileira...



Beijo